sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Debate "A Privataria Tucana e o Silêncio da Mídia" - Barão de Itararé

Sair da Terra

Em alguns momentos da minha vida procuro sair da Terra e observá-la de um patamar um pouco mais privilegiado. E quando faço isso, muitas cousas se tornam relativas. E algumas delas são como esses últimos dias ou os próximos.
Olho para uma, praticamente, esfera com cores em tons de azul, marrom e esbranquiçada. Não fui tão longe.
Vendo dessa forma, não vejo o tempo dia noite hora minutos segundos e suas preocupações. Vejo algo girando em si mesma.
Vejo algo no vazio.
Algo que é sustentada no aparentemente próprio vazio.
Não vejo os motivos das comemorações.
Não vejo papai Noel.
Não vejo a revisão anual dos acontecimentos. Para quê?
Não vejo os motivos para trocar presentes.
Não vejo as preocupações cotidianas.
Vejo apenas a Terra agora com forma e não vazia.
Vejo a pequenez do ser vivo.
Vejo a sua fragilidade.
Vejo o seu vazio.
E inevitavelmente me vem a pergunta:
Como um pequeno ser deseja dominá-la?
Juntam-se os ventos.
Juntam-se as águas.
Juntam-se as terras.
E lá se vão as vidas.
Como dominar as infinitas variáveis?
E o comportamento humano?
Mas sei que sobre todas elas há domínio.
É necessário está além e muito além dessa esfera.
E ao mesmo tempo dentro desses seres.
Mas esses insistem em não abrir mão de si mesmos.
E mais, do domínio dos outros.
E assim se inventam maneiras ardilosas para o domínio.
Domina-se pelos próprios desejos.
Desejos de ser sempre o centro, o principal.
Faço esse convite a ti:
Saia da Terra de vez enquanto.